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China 2024: Oportunidades Emergentes na Nova Onda de Reformas e Cooperação Global


Diante das projeções que indicam uma tendência à desaceleração do crescimento econômico da China para 2024, estimado em torno de 4,6%, o governo chinês enfrenta pressões para implementar medidas contra a deflação.


No entanto, conforme expresso pelo presidente Xi Jinping, o país está empenhado em aprofundar reformas e impulsionar a economia, promovendo um desenvolvimento de qualidade, equilíbrio e segurança.


As medidas incluem fortalecer ajustes macroeconômicos, continuar adotando uma política fiscal proativa em conjunto com uma política monetária prudente.


Economia

De acordo com análises da mídia chinesa no final de 2023, o governo chinês visa:

"introduzir mais políticas que sejam conducentes a estabilizar as expectativas, estabilizar o crescimento e estabilizar o emprego, (...) fortalecer os ajustes anticíclicos e inter cíclicos das políticas macro, continuar a implementar uma política fiscal proativa e uma política monetária prudente e fortalecer a inovação e a coordenação dos instrumentos de política."

Além das reformas internas, o premiê Li Qing enfatizou a importância da cooperação global, o que seria interessante para empresas que queiram investir no mercado chinês.


Li Qing, enfatizou a abertura da economia chinesa para negócios estrangeiros, destacando o potencial de investimentos estrangeiros e a necessidade de acabar com barreiras que impedem a competição.


Para Li, a China desempenha um papel crucial no impulso da demanda global, comprometendo-se a criar condições favoráveis para compartilhar oportunidades com o mundo.


Sua visão é otimista. Li disse em um discurso para líderes empresariais no Fórum Econômico Mundial (WEF), em Davos, que a economia chinesa se recuperou e avançou, e estima-se que tenha crescido cerca de 5,2% em 2023, acima da meta oficial de cerca de 5%.


Li é a autoridade chinesa mais graduada a conviver com as elites empresariais e políticas globais desde o presidente Xi Jinping em 2017.


É importante lembrar que em outubro de 2023 a China revelou um plano para emitir 1 trilhão de yuans (US$ 139 bilhões) em títulos soberanos até o final do ano, elevando a meta de déficit orçamentário de 2023 para 3,8% do PIB dos 3% originais.


De qualquer forma, a situação econômica da China no início de 2024 parece instável. Há pressão de deflação e aumento nas exportações, o que seria insuficiente para impulsionar a demanda interna.


As transformações na economia chinesa acontecem em um contexto global de interdependência econômica, ainda sentindo os efeitos da necessidade de recuperação pós-pandemia, além dos desafios climáticos. Não à toa, Li reafirmou a necessidade de cooperação global e a abertura da economia chinesa para negócios estrangeiros.


Perfil do consumidor

A demografia chinesa está em um ponto de inflexão; a estrutura populacional passa por mudanças significativas, o que implica transformações nas preferências de consumo.


O Escritório Nacional de Estatísticas da China divulgou dados mostrando que a população da China diminuiu em 850.000 em 2021. Este foi o primeiro caso de crescimento populacional negativo em 61 anos.


Ao mesmo tempo, a população com 65 anos ou mais chegou a 14,9%, o que fez da China uma sociedade com idade moderada para os padrões das Nações Unidas.


A influência nos padrões de consumo, no entanto, não são provocadas apenas pelo ano de nascimento, mas também por fatores socioeconômicos que acompanham as gerações. Determinada idade de pessoas foram impactadas por questões políticas e históricas. Muito se fala nas classificações de Geração Z, Geração Y, Geração X e os baby boomers.


Segundo a pesquisa quantitativa e qualitativa da BCG, a geração X (nascida entre 1965 e 1979, e é a geração de riqueza material acumulada) e a geração Y (nascida entre 1980 e 1994 e compreende a primeira geração de filhos únicos na China, sendo assim, a que mais recebeu atenção e as expectativas mais altas) continuarão a ser os principais impulsionadores do consumo por um tempo considerável. Embora a Geração X e a Geração Y possam não estar tão dispostas a experimentar coisas novas quanto a Geração Z (nascida entre 1995 e 2009, influenciada pela digitalização e globalização), elas têm uma disposição mais forte para consumir e trocar em várias categorias, estão mais dispostas a pagar por uma melhor qualidade de vida.


Por outro lado, é importante não engessar a análise de consumo apenas dividindo a população por gerações. O crescimento da economia chinesa fez com que diferentes gerações de consumidores adquirissem experiências de vida diferentes, moldando memórias e valores. Nesse sentido, atitudes e preferências de consumo também podem ser diferentes, mesmo entre pessoas da mesma idade ou do mesmo grupo geracional.



Tendências de consumo

Em termos de comportamento de consumo, segundo o relatório McKinsey sobre o perfil do consumidor chines em 2023, apesar da tendência ao aumento da taxa de poupança, devido aos impactos da Covid-19, as marcas Premium continuam superando as marcas de massa, o que mostra que as pessoas, apesar de preocupadas com suas finanças e com a economia do país, ainda escolhem marcas renomadas, demonstrando uma tendência a pagar mais por produtos de maior qualidade.



Observa-se uma crescente demanda por serviços, especialmente viagens e entretenimento. Segundo relatório da McKinsey, o longo período de imobilidade provocado pelas políticas de contenção da Covid-19, ainda aumenta a tendência por viagens, que só não foi mais estimulado devido ao aumento de preços das passagens.


No entanto, o setor de alimentação (bares e restaurantes) tende a ser ainda mais estimulado, como ambiente de socialização, acompanhando em 2024 os movimentos que ocorreram após a pandemia. São setores de grande oportunidade para empresas estrangeiras, considerando principalmente a valorização que viagens e o turismo gastronômico têm para os chineses em termos gerais.


Para empresas interessadas no mercado chinês é interessante acompanharem de perto essas mudanças, buscando parcerias e explorando nichos de mercado que se alinhem com as novas diretrizes econômicas da China. O mais importante é compreender as tendências para identificar oportunidades de negócios e parcerias.


As oportunidades que surgem de acordo com a situação global atual, em setores como tecnologia verde, inovação digital, por si já abrem espaço para a atuação na China, considerando sua visível preocupação com tais setores.


Serviços como restaurantes e bares provavelmente continuarão crescendo, ganhando impulso em 2024. Quando somados ao crescimento da classe média chinesa, que mesmo com tendencia de possível desaceleração em 2024, aumentará em 80 milhões até 2030, segundo a BCG, percebe-se uma potencial abertura para negócios internacionais.


Nesse contexto, uma atitude proativa de estudar o mercado chinês e compreender as nuances culturais e comportamentais para desenvolver estratégias adaptadas aos consumidores chineses, é fundamental.




 

Fontes consultadas:




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